Câmara de Vereadores bate Record de Faltas.

Você já se perguntou quanto ganha um vereador em Igarapé-Miri? 

Pois bem, nada mais nada menos que R$ 7 mil reais brutos/mensais. Isso mesmo,7 mil reais, que vai muito além da realidade social e econômica da grande maioria dos mirienses. Segundo dados do último censo do IBGE (disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/temas.php?lang=&codmun=150330&idtema=16&search=%7C%7Cs%EDntese-das-informa%E7%F5es), a média do rendimento mensal per capita dos domicílios da na zona urbana de Igarapé-Miri foi de R$ 210,00 reais, enquanto que na zona rural, o dado é mais alarmante, R$ 100,00 reais. Esse dado significa dizer que a média de rendimento de cada morador por mês em um determinado domicílio na cidade de Igarapé-Miri é de R$ 210 reais/mês, enquanto que na zona rural, o rendimento é de R$ 100 reais/mês.

O grande dilema das desigualdade sociais e da pobreza, sobretudo no Brasil é um problema gritante, que apesar de mostrar avanços consideráveis na última década, ainda afligem milhões de brasileiros em todos os estados da federação.

Não quero aqui entrar nos méritos que norteiam essa discussão, mas alertar que ainda há uma pequena parcela da polução de detêm a massacrante maioria da riqueza brasileira. E nesse patamar, não podemos deixar de incluir os SUPER SALÁRIOS daqueles que detêm o poder político nas cidades, estados, e na federação brasileira.

Enquanto o salário do trabalhador nos últimos dois anos passou em média de R$ 622 reais em 2012 para R$ 788 reais em 2015, na Câmara Municipal de Vereadores de Igarapé-Miri, o aumento foi bem mais considerável, passando de R$ 5 mil para R$ 7 mil/mês. Nada mal, não acham?

Pois bem, com um SUPER SALÁRIO desses comparando a renda mensal média de um cidadão miriense, no mínimo era de se esperar que os senhores e senhoras vereadores(as), cumprissem assiduamente seus compromissos (uma vez por semana) nas sessões ordinárias em nossa casa de leis, não é isso? Entretanto, não é bem assim que as coisas tem acontecido. Pelo menos desde que o Prof. Doutor Paulo Sérgio Almeida começou a fiscalizar a presença dos vereadores através de um estudo inédito por meio do Núcleo de Pesquisas sobre Crime e Criminalidade  - NUPECC,  e do Núcleo de Estudos e Pesquisas de Currículo - NEPEC, ambos da UFPA, coordenado por ele mesmo. (O estudo foi publicado no Blog do Professor Israel Fonseca, link : http://poemeirodomiri.blogspot.com.br/2015/03/dr-paulo-almeida-pesquisador-da-ufpa.html).

Resumidamente, o estudo tem por objetivo abordar não apenas o caráter político, cumpliciado nas ausências  (sem justificativas) dos parlamentares mirienses, mas também no caráter legal que isso implica, já que a atividade pública inclusive daqueles que fiscalizam, tende a ser fiscalizada. 

No trabalho, o Prof. Dr. Paulo Sério observou que no mês de Março/2015, "das 4 Reuniões Ordinárias realizadas no mês de março de 2015, na Câmara Municipal da Cidade de Igarapé-Miri/PA, ficou evidente que duas delas deixaram de ser realizadas por falta de Parlamentares". 

Chama a atenção a frequência do mais novo Vereador de Igarapé Miri, o jovem Neto Nahum (PSC). Das 4 reuniões, Neto se fez presente em apenas 1 reunião, tão pouco justificou sua ausência nas demais. 

Eis a pergunta que não quer calar: Será que as faltas são debitadas nos salários dos senhores parlamentares mirienses? Essa informação eu não tenho, mais convido os senhores vereadores a se posicionarem! 

Abaixo, segue a frequência completa dos Vereadores referente ao mês de Março/2015, conforme estudo publicado, por ordem decrescente de número de faltas. 

Neto Nahum - PSC = 3 faltas
Toninho do Murutinga - PSB = 2 faltas
Irmão Nenca - PR = 2 faltas
Ângela Maués - PSD =2 faltas, 1 justificativa
Josias Belo - PSC = 2 faltas, 1 justificativa
Santury - PMDB = 2 faltas, 1 justificativa
Augusto Fonseca - PDT  = 1 falta
Carmosinha - PV = 1 falta, 1 justificativa
Dalva Amorim - PTB =  1 falta
Nenca - PMDB = 1 falta
Prof. Merly  - PT = 1 falta
Rufino Leão - PSC = 1 falta
Lula Sacramento - PP = 0 falta